segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Ique é JB


O jornalista Ique foi chargista do Jornal do Brasil por mais de 25 anos. Ele publicou em seu blog, em 31/08/2010, um texto sobre sua última publicação ao JB impressa em papel jornal.

Carta aberta!

Lamentando e sentindo muito ter sido levado a tomar essa decisão, publiquei hoje, dia 31 de agosto de 2010, meu último trabalho como chargista do Jornal do Brasil. Essa edição em que a charge foi publicada, também foi a última da casa, impressa em papel jornal. Depois de receber muitas manifestações, mensagens via e-mail, facebook e twitter, sobre minha saída do JB, em respeito e retribuição ao carinho recebido, tenho que dar uma satisfação pública a tantos amigos, leitores, seguidores e colegas de profissão. É sabido por todos, que o JB vinha vivendo mergulhado em uma grande e profunda crise. Era necessário muita resignação, que eu tive, protelando essa decisão a cada momento de dificuldade apresentado pelos comandantes da náu a deriva. Isso por acreditar que alguma solução milagrosa seria encontrada a qualquer momento, pra salvar aquele lugar mágico que foi meu ninho, minha escola, meu palco. O palco de muitas conquistas importantes como os dois "PRÊMIOS ESSO DE JORNALISMO" de 1990 e 1991. Honraria que só o Jornal do Brasil recebeu na história do prêmio e do jornalismo brasileiro. Minha decisão foi pragmática e baseada nas informações anunciadas pelo comando da empresa, acerca do audacioso projeto, que não se encaixou em minhas expectativas pessoais para este momento profissional. Diante desta realidade, só me restou encerrar meu ciclo de 27 anos junto com a edição impressa do Jornal do Brasil, que foi tão importante para o jornalismo, para a democracia, e para a minha vida, ao me consagrar como profissional das artes gráficas.Abaixo dois dos momentos mais marcantes de minha carreira: minha primeira charge oficial e também a última. As duas criadas especialmente para o jornal.

Cheguei na casa entre 1983 e 1984 ainda muito jovem, aos 22 anos, sonhando em ser um dia o maior chargista do país. Publiquei muitas caricaturas e ilustrações para outras editorias, até que em 1985, consegui finalmente ver minha primeira charge política estampada na página mais nobre do jornal: A página 10, do editorial e das charges. Tancredo havia sido eleito e dominava o mundo com seu carisma. A democracia voltava e eu nascia para a charge política nacional.

A última charge mostra a pressa da candidata Dilma em ocupar o lugar do presidente operário, que ainda não é seu, revelando toda a arrogância Petista.

Depois de tantos anos como chargista político diário, me sinto merecedor de umas boas férias. Até breve!

As informações são do blog http://blique-oblogdoique.blogspot.com/

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