Inaugurando a seção Grandes Nomes, o Lá no JB presta uma homenagem a Clarice Lispector, grande escritora brasileira que, por seis anos, contribuiu com o Caderno B, enriquecendo-o com seus intensos e profundos textos.
Clarice Lispector começou a escrever para o Jornal do Brasil, contratada pelo então editor chefe Alberto Dines, em 19 de agosto de 1967. Nele, publicou crônicas para o Caderno B, quando este passou a circular aos sábados, e uma coluna sempre na página 2, quando não havia ainda nenhum cronista para a mesma.
Não se prendendo às estruturas literárias clássicas, Clarice publicou contos e crônicas que não obedeciam regras. Ela sempre os entregava a Marina Colassanti (jornalista e escritora que era subeditora do Caderno B na época) datilografados e colocados num papel pardo, com a recomendação de que não fossem perdidos, pois não haviam cópias.
Clarice costumava refletir sobre o ato de escrever crônicas em suas próprias crônicas. E, à medida que as escrevia, começou a revelar-se como se estivesse escrevendo uma biografia dispersa e fragmentada. Embora jamais se permitindo ser compreendida. Com o passar do tempo, esse mostrar-se ao escrever crônicas passou a incomodá-la, o que acarretou um questionamento sobre ser muito pessoal e se delatar dessa forma.
Sua colaboração para o jornal teve a duração de seis anos. Em 29 de dezembro de 1973, Clarice deixou o JB em função da demissão de Alberto Dines. Dentre alguns de seus textos publicados, destacam-se "Felicidade Clandestina", "Ser Cronista", "Máquina Escrevendo" e "Fernando Pessoa me Ajudando".
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